sábado, 20 de fevereiro de 2016

FINAL DE TARDE

De horizonte me visto porque mundo me tornei,
Pelas estrelas brilhantes do infinito escrito está:
muito além do dia, aquém da vida, me eternizarei,
sem brigar com a natureza das coisas,
sem explicações buscar por desperdício ou descuido, o que perdi.
Adiante fui passado, tudo andou, também me fui, me excedi...
Um lamento eclode em meu ser, por nada saber
se a vida eu perdi ou se ela me perdeu...
Sem tristeza ou revolta, parei de chorar,
divago este meu pensar até nada alcançar...
As boas idas em meu coração sombras deixaram,
e no silêncio deste entardecer saudoso em demasia,
faço nele meu canto, minha poesia, meu contorno...
Gloriosa tarde de um dia bem vivido, redivivo,
quantos momentos únicos em meu viver...
Sinal de adeus neste sol finado, saudoso fico,
saudades de quem me deixou, de quem eu deixei,
final da estrada, será? Ou me perdi? Nem sei...
Quem viria nem apareceu, uma noite se forma,
Um desejo expira, e me resto frente ao sol poente,
E os que me conheceram correndo, correndo partiram,
sem tempo de me conhecer direito...
Hora da Ave Maria,
plangente cantar pelas quebradas do horizonte infindo,
Muitos outros que jamais conhecerei ou deles saberei...
Saudade de quem nem me despedi direito...
Tudo isto por mim foi dito enquanto o suave encanto,
desta música me envolveu, e me comoveu,
e as letras em frases se formaram
e ficaram para sempre gravadas
enquanto a Serenata de Schubert escutava...
Rio, 20/02/2016
18:24 horário de verão.
Carlos Lira.

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