sexta-feira, 11 de setembro de 2015

LILITH

Vou colocar um pouco da historia de Lilith.
O primeiro capitulo da Bíblia, conta a história de Adão e Eva …mas segundo o Zohar (comentário rabínico dos textos sagrados), Eva não é a primeira mulher de Adão. Quando Deus criou o Adão, ele fê-lo macho e fêmea, depois cortou-o ao meio, chamou a esta nova metade Lilith e deu-a em casamento a Adão. Mas Lilith recusou, não queria ser oferecida a ele, tornar-se desigual, inferior, e fugiu para ir ter com o Diabo. Deus tomou uma costela de Adão e criou Eva, mulher submissa, dócil, inferior perante o homem.
De acordo com Hermínio, “Lilith foi feita por Deus, de barro, à noite, criada tão bonita e interessante que logo arranjou problemas com Adão”. Esse ponto teria sido retirado da Bíblia pela Inquisição. O astrólogo assinala que ali começou a eterna divergência entre o masculino e o feminino, pois Lilith não se conformou com a submissão ao homem.
O mito de Lilith pertence à grande tradição dos testemunhos orais que estão reunidos nos textos da sabedoria rabínica definida na versão jeovística, que se coloca lado a lado, precedendo-a de alguns séculos, da versão bíblica dos sacerdotes. Sabemos que tais versões do Gênesis – e particularmente o mito do nascimento da mulher – são ricas de contradições e enigmas que se anulam. Nós deduzimos que a lenda de Lilith, primeira companheira de Adão, foi perdida ou removida durante a época de transposição da versão jeovística para aquela sacerdotal, que logo após sofre as modificações dos pais da igreja.
Lilith não aceitava se submeter a Adão. Por exemplo, não aceitava ficar por baixo dele ao fazer sexo: era uma postura humilhante.
Claro que relação dos dois não avançou. Por isso, Lilith chamou Deus para que a tirasse desse mundo. Conseguiu asas e foi embora, para um território desconhecido.
Adão reclamou ao Criador de sua solidão. Para que tudo ficase bem, Eva nasceu a partir de sua costela. E com isso surgiu a idéia de submissão da mulher: afinal, Eva nasceu com menos poder do que Lilith.
O nome Lilith vem da palavra assíria “lilitu”, que representa o demônio. Sua imagem mais clássica é a de uma mulher alada, com cabelos soltos e corpo nu que pode transformar-se em serpente.
Claro que compará-la ao demônio é algo machista. Psicólogas dizem que nem sempre o demônio representa o mal: pode, sim, representar oposição a algo errado. Este é o caso de Lilith.
A história de Lilith resolve ainda uma contradição do livro do Gênesis. No capítulo I, o texto diz “Deus criou o ser humano à sua imagem”, enquanto no II está escrito “da costela que Deus tomou do homem fez uma mulher”.
A chave é que, após isso, Adão diz: “Esta sei que é osso dos meus ossos e carne da minha carne. Será chamada mulher, pois surgiu do varão”. O “esta sei” pode indicar que Adão viveu uma experiência anterior fracassada.
Na tradição cabalística, Lilith seria o nome da mulher criada antes de Eva, ao mesmo tempo que Adão, não de uma costela de homem, mas ela também diretamente da terra.
Ela se tornará, como veremos, instigadora de grandes conflitos e amores ilegítimos; a perturbadora de leitos conjugais. Representará, ademais, a mulher desdenhada ou abandonada por causa de outra, os ódios contra a família, o ódio aos casais e filhos.
Evocando a imagem trágica das lâmias da mitologia grega, não pôde integrar-se nos quadros da existência humana referentes as relações interpessoais e comunitárias.
Suas origens longínquas se situam na velha Babilônia, onde os antigos semitas adotaram as crenças de seus predecessores, os sumérios, e está ligada aos grandes mitos da criação.
Laços estreitos a unem à serpente: lembranças de um culto muito antigo que honrava uma Grande Deusa, ou Grande Mãe, ou Grande Serpente – potência cósmica do Eterno Feminino adorada sob o nome de Astartéia, Ishtar, Innana etc.
A palavra suméria lil (vento, ar, tempestade) pode ser entendida no mito como o vento ardente que, segundo a crença popular, punha em febre as mulheres logo após o parto. Lilith foi primitivamente considerada uma das grandes forças hostis da natureza, parte de um grupo de três demônios, um macho e duas fêmeas.
Foi provavelmente durante o cativeiro da Babilônia que os judeus travaram conhecimento com esse demônio, ativo principalmente à noite. Além disso, da raiz indo-européia la (gritar, cantar) deriva o sânscrito lik (lamber) e muitos outros termos relacionados com a boca, os lábios, a língua. Lilith devora os filhos, e seus lábios e boca são sempre enfatizados nas obras literárias posteriores.
Também há uma ligação com a palavra grega law, que é relacionada com lux (latim), light (inglês), licht (alemão), dando uma idéia de luz, ou ver com uma visão penetrante, ver à noite, libertar-se da obscuridade. Não é à toa que certos textos fazem Lilith intervir numa estranha busca iniciativa conduzida pelo herói.
Uma das mais famosas figuras do folclore hebreu, Lilith faz, assim, parte de um grupo de espíritos malignos identificados com a noite.
Foi mencionada pela primeira vez no Gilgamesh, épico babilônico de 2000 a. C., aproximadamente.
Ora representada como uma prostituta de seios secos, que não podia ter filhos; ora como uma linda jovem com pés de coruja, o que identificava sua vida noctívaga. É uma ninfa vampiro da curiosidade, que a seu bel-prazer arranca ou recoloca os olhos, e a que dá aos filhos do homem o leite venenoso dos sonhos. Conhecida também como Lua Negra, é comparada à sombra do inconsciente, aos impulsos obscuros. Devora os recém-nascidos, devorada ela própria pelo ciúme.
Queimando eternamente nas chamas do pecado e da traição, Lilith agora um demônio casou-se no inferno com Samael (o veneno de Deus), entretanto foi ao mesmo tempo amante de Lúcifer o senhor dos abismos. Sua prostituição com os anjos caídos fez gerar em seu ventre estéril muitos filhos, ela procriou criando assim legiões de succubus . Que contaminariam os sonhos dos homens com sua luxúria, saciando sua sede feroz por sangue e energia vital. Arrastando os filhos de Adão para a perdição e a morte. Lilith criaria assim um reino de dor e depravação governado por seus proprios filhos suas crias, um reino de lilins sanguinários. Na Terra!

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